,atrás de um outro horizonte rasgado o ontem e o barco que passava às 00 horas, e que aportaria no hospital para curar os cortes que as plantas e as lágrimas e o azul fazem
sem esta febre que tapa as brechas dos dias, sem esta febre que grita mas não se ouve, sem esta febre que brota lava incadescente que não se vê, sem esta febre que não tem cura, sem esta febre
Apenas imaginados. Caminhos fantasiados, depois de mudar de rumo, em busca de um elixir, aquele, o da juventude com o qual se pudesse sentir de novo, um fresco sumo...
aquela massa fantástica pré-cozinhada e comprada no Lidl. É mais fácil assim, não quer ter trabalho. Não cozinha e parte a loiça depois de usada. Para a semana tem que voltar ao supermercado.
e outro, e outro, e outro, e mais outro. Ah máquinas infernais, parem esse matraquear de dias sem fim. Parem esse morrer e nascer incessante de coisas velhas.
Párem tudo! Não suporto mais o tiquetaquear dos relógios avulso que medem o meu pulso a todas as horas. Quero o tempo parado na parada onde páram as pombas e as vidas das pessoas. Agora. Agora é perfeito parar o parir do tempo.
Ressuscitar o tempo e o espaço, fugir à eternidade que cansa, voltar a viver só com a esperança... de sentir sempre alguma coisa de bom. Será possível?
Do início? Para quê voltar tão atrás? Nem já do meio se deveria voltar a falar. E porque não esquecer todos os finais? A não ser que fales de novos princípios, de futuros a seguir.
121 comments:
Cada dia nos possibilita uma nova imagem, para lá do final do dia.
e o instante é a casa, o barco, a ida
Na margem, aguardava as 00 H do dia22, o dia.
O barco passou vezes sem conta diante dos seus olhos
E sem se dar conta da cor do céu naquele dia
Branco, negro, azul, rosa ou lilás . . .
...as primeiras gotas chegaram.
anunciavam a hora de esquecer o que estava para trás...
e limpar tudo, por fora e por dentro, causticamente
mas...perante o ribombar dos trovões, apeteceu-me ouvir Jorge Palma e o seu piano...
o negro chovia-me nos dedos
cortou-se, pois, com o canivete suiço, precisava de um curativo
...mas Jorge continuava..."deixa-me rir"...
deixa-me rir com as unhas fechadas nos bolsos, abjectas e podres
com lentas lágrimas negras
negras como a espuma que cai dos meus bolsos fechados
negras como o casco do barco que rompe a espuma fechada, barco que passou (e passa) vezes sem conta pela mesma água negra de lágrimas...
escorrem para cima como algo que cresce
como aquela planta estranha que ele sabia que ía ver no hospital!
...estranha? Mas sérá que se entranha?
Não seriam as entranhas? Pobres piranhas desta vasta nau!
na margem do medo gritou o azul
e rasgou, largo, o dia e o vento
e rasgou-se a camisa, sexy como o vento que passava, comi-o com os olhos, com os dentes, com tudo!!!!!!!!!!!
E no horizonte já se podia ver
,atrás de um outro horizonte rasgado o ontem e o barco que passava às 00 horas, e que aportaria no hospital para curar os cortes que as plantas e as lágrimas e o azul fazem
e o anjo marcava as asas com o giz azul do poeta
da mulher que pensava ser o que nunca foi sem sentir que estava presa por um cordel no tornozelo
e doía o cordel, doía a mulher, presa num dia, e outro dia e outra dor tão forte quanto o mar
que doía também de tão azul e tão preso
e depois nada ( nada e azul )
...e azul...e branco, nas margens de um novo dia errante, luminoso, agora tão perto, ontem tão distante...
distante de si, agora sem otites, sem dores de dentes, sem febre
sem esta febre que tapa as brechas dos dias, sem esta febre que grita mas não se ouve, sem esta febre que brota lava incadescente que não se vê, sem esta febre que não tem cura, sem esta febre
distante de si, distante de mim, distante
sómente distante
distante. ouviste?
Não. A Rosa não ouviu.
Rosa cheiro, rosa cor, rosa mulher ou rosa flor...
rosa flor esquecida na memória dos cheiros.
e o mar alcançava a nuvem que mordia o sol que aquecia a morte
E esta, tão aquecida , que esqueceu-se do não-existir
no claro entre as espumas,
lembrou-de da sua natureza
e mergulhou no mar.
Num mar de paixões e afectos que teima em se entornar.
E transbordar, vertendo o desejo nas suas mãos que afastavam agora os cabelos dela para lhe mirar melhor os profundos olhos azuis.
a entornarem azul
azul encontrado no Alentejo
cruzaram-se os olhos, depois as mãos e por fim os lábios. Ao fundo a planície alentejana...
E com esse mergulho, retoma as suas antigas aspirações....
a ser um corpo de verdade
num copo de vaidades
qual Alice do outro lado do espelho
eu ouvi chamar e vim espreitar ;)
disse ela, o próprio reflexo de si própria a responder(se).
mas a figura se desvaece aos poucos do outro lado do espelho.
Porque o verdadeiro espelho é o outro onde se viu em reflexo no seu olhar perplexo...
... emoldurado e gasto, cansado de calcorrear caras, gestos e vidas.
cansada de camas e sexos e hábitos
à procura da poeira de outros caminhos ainda não olhados nem aborrecidos.
nem caminhados nem dormidos
Apenas imaginados.
Caminhos fantasiados,
depois de mudar de rumo,
em busca de um elixir,
aquele, o da juventude
com o qual se pudesse sentir
de novo, um fresco sumo...
saido dos pontos cardeais da nossa imaginação
que a razão não presta nem salva
mas vou caminhar de olhos fechados
quero afastar a fadiga e conheço de cor tudo o que vejo pela primeira vez
com a idéia de que existe um novo, um inusitado, por vir...
por vir, por ver, por comer, por digerir, por sentir, por...
por morrer... por...
viremos a rosa-dos-ventos para o ponto cardeal da felicidade ... bolas. Já nos basta ser 2ª feira...
feira da Ladra... preparada para nos roubar nais uma semana.
Tempo inútil roubado. Ou trocado por momnetos que vivemos o melhor que podemos.
Cristiano respirou e deitou-se. "Já chega", pensou....
as tunas e os escuteiros provocam alergia
alergia das flores de papel que vi em Campomaior, o ar envolvido pelas flores.
Isso sem falar desta luz misteriosa, através do vidro de cor âmbar, que ilumina o centro sa sala!
Um foco de luz especial como não se viu outro igual...
nem parecido... azul de todos os tons, projectado em Sol Maior sobre colcheias prateadas...
colcheias prateadas a espalhar o luar por toda a parte.
( E parte, depois, parte! )
os pratos depois de comer
aquela massa fantástica pré-cozinhada e comprada no Lidl. É mais fácil assim, não quer ter trabalho. Não cozinha e parte a loiça depois de usada. Para a semana tem que voltar ao supermercado.
ofereço-te estas mãos. Toma-as.
Tomo-as, o qué vou fazer? As mãos perseguem-me pela cozinha.
não faças, deixa-as ir.
elas sabem, e sem pensar.
lêem-nos o pensamento. E fazem tudo o que não nos apetece fazer, mesmo que a nós próprios. São o IT que nos coçam as costas e nos massajam o ego.
ego, Lego, pego, nego... NEGO!!!!
E por negar, acabo aceitando
Sim, aceito o que quiseres. Afinal, o Francisco está a caminho de casa . . .
para destruí-la e começar de novo
de novo?
"Foi um dia, e outro dia, e outro ainda"...
Começar ou terminar, não importa. Assim que ele chegue, abro-lhe a porta. Depois se vê...
e outro, e outro, e outro, e mais outro. Ah máquinas infernais, parem esse matraquear de dias sem fim. Parem esse morrer e nascer incessante de coisas velhas.
Párem tudo! Não suporto mais o tiquetaquear dos relógios avulso que medem o meu pulso a todas as horas. Quero o tempo parado na parada onde páram as pombas e as vidas das pessoas. Agora. Agora é perfeito parar o parir do tempo.
não sei as minhas mãos. dá-me as tuas. só aí me reconheço.
nelas não há tempo. nelas posso partir.
nelas posso partir, com elas posso partir... e partir-te...
o coração para começar o meu tempo outra vez.
e ir à minha vida, depressa, sem olhar para os lados, sempre com medo que aquilo apareça outra vez
deixei os dedos na maré cheia. deixa que a sede me sustente.
deixa que a sede me sustente
repito vezes sem conta, até que me doa
na garganta a palavra. e escave na dor o nó.
Por mais que êsses elos se juntem, não formam uma corrente segura, e homogênea.
nunca! Mais depressa te esqueci...
mas não me esqueci que tudo tem um fim. Mesmo a lucidez. A inesgotável lucidez.
...um fim que precisamos de tornar mais belo...
Gostava de ter uma morte bela.
Juntar dois momentos supremos. A Morte e a Beleza.
Ter uma vida bela é impossivel, não se pode prolongar o que é especial. Passaria a normal.
Mas então também a morte não pode ser bela... ou não pode ser eterna...
eterna, eterna, eterna..
onde o tempo e o espaço sejam esquecidos para sempre...
mas, se o tempo e o espaço forem esquecidos, a eternidade deixa de fazer sentido... Porquê matar o que devia durar para sempre?
Ressuscitar o tempo e o espaço, fugir à eternidade que cansa, voltar a viver só com a esperança... de sentir sempre alguma coisa de bom. Será possível?
A impossibilidade depende da nossa imaginação. Por isso só nos resta viver esperançado.
Esperando e sonhando. Nas piores épocas da vida, sonhar é preciso.
E só a certeza da existência da morte faz viver em nós a esperança...
ALEGRIAAAAAAAAAA!!!!!!!!!!!!!!!
....e por que não? Só com muita alegria..
e o desespero? ...
Esse passa!
Nem sei se olhar com o olho do desespero ou com o olho da alegria. Tenho de esquecer um, mas qual?
os dois!
desejos esquecidos são a minha glória
início e fim
Vamos falar um pouco do início.
Do início? Para quê voltar tão atrás? Nem já do meio se deveria voltar a falar. E porque não esquecer todos os finais? A não ser que fales de novos princípios, de futuros a seguir.
Post a Comment